terça-feira, 16 de novembro de 2010

Bioma

Bioma

Patrimônio natural, socioambiental e cultural da humanidade, título conferido em 1999 pela Unesco, o Vale do Ribeira localiza-se entre os estados de São Paulo e Paraná, estendendo-se ao longo de 2 830 666 hectares (28 306 quilômetros quadrados) - 1 119 133 hectares no Paraná e 1 711 533 hectares em São Paulo. Trata-se da maior área contínua de Mata Atlântica do Brasil.
Complexo Estuarino Lagunar Iguape-Cananéia-Paranaguá, no litoral do vale: José Gabriel LindosoComplexo Estuarino Lagunar Iguape-Cananéia-Paranaguá, no litoral do vale: José Gabriel Lindoso
Bioma considerado um dos mais ricos conjuntos de ecossistemas em termos de diversidade biológica do Planeta, a Mata Atlântica hoje está reduzida a 7% de sua área original, ou a aproximadamente 100 mil quilômetros quadrados. Desse total, 23% se situam no Vale do Ribeira com seus 2,1 milhão de hectares de florestas, 150 mil de restingas, 17 mil de manguezais e 200 km de uma costa recortada por um conjunto de praias, estuários e ilhas. Todas essas áreas estão extremamente bem preservadas, incluindo o mais conservado banco genético das regiões Nordeste, Sudeste e Sul e a mais importante reserva de água doce dos dois estados.
Rio Ribeira de Iguape visto do alto: Wigold SchafferRio Ribeira de Iguape visto do alto: Wigold Schaffer
Nessa região de Mata Atlântica nascem diversos rios que abastecem cidades e metrópoles brasileiras, beneficiando milhões de pessoas, e é fonte de subsistência para populações tradicionais - comunidades indígenas, de caiçaras, de quilombolas e de agricultores familiares entre outros. Essas comunidades compõem um mosaico de diversidade cultural raramente encontrada em locais tão próximos de grandes centros urbanos. Daí a importância de conservar e recuperar as matas das beiras dos rios da região.
Áreas protegidas
Só para se ter uma idéia, 78% da área do Vale do Ribeira e das zonas costeiras contíguas ainda estão cobertas por remanescentes originais. Apesar da devastação acentuada, a Mata Atlântica ainda abriga uma parcela significativa da diversidade biológica do Brasil, com alto grau de endemismo. Os estados e municípios situados no bioma são responsáveis por quase 70% do PIB nacional e abrigam mais de 60% da população brasileira.
Queda d'água no Parque Estadual do Alto Ribeira (Petar): José Gabriel Lindoso/ISAQueda d'água no Parque Estadual do Alto Ribeira (Petar): José Gabriel Lindoso/ISA
Mais da metade do território do Vale do Ribeira é protegido legalmente por meio de um mosaico integrado de unidades de conservação marinhas e terrestres como parques, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental , que formam uma espécie de cordão de proteção do patrimônio natural, soicoambiental, cultural, arqueológico espeleológico e histórico. Entre essas unidades de conservação pode se- citar o Parque Estadual do Alto Ribeira (Petar), o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, o Parque Estadual de Jacupiranga e a Estação Ecológica Juréia-Itatins entre outros. Por tudo isso, é que em 1999, a Unesco conferiu à Reserva da Mata Atlântica do Sudeste, constituída por 17 muncípios do Vale do Ribeira, o título de Patrimônio Histórico e Ambiental da Humanidade, pelo fato de possuir os melhores e mais extensos remanescentes de Mata Atlântica na região sudeste do Brasil. São 470.000 ha, que revelam a riqueza biológica e evolução histórica do Bioma, além da beleza da paisagem.
Em Cananéia, no litoral do Vale do Ribeira, botos encantam os visitantes: José Gabriel Lindoso/ISAEm Cananéia, no litoral do Vale do Ribeira, botos encantam os visitantes: José Gabriel Lindoso/ISA
São mais de 300 cavernas e sítios arqueológicos, mais de 150 monumentos, ruas e imóveis tombados como patrimônio histórico-cultural, sem contar a diversidade de fauna e flora, espalhados pro 31 municípios, 9 no Paraná e 22 em São Paulo.
No município de Iporanga, uma das mais 300 cavernas do Vale: José Gabriel Lindoso/ISANo município de Iporanga, uma das mais 300 cavernas do Vale: José Gabriel Lindoso/ISA
Riqueza socioambiental com baixo IDH
Em contraposição aos ricos patrimônios ambiental e cultural, o Vale do Ribeira apresenta os mais baixos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) dos estados de São Paulo e Paraná, incluindo os mais altos índices de mortalidade infantil e de analfabetismo.
A população local também não possui alternativas econômicas adequadas ao desenvolvimento sustentável da região. Esse quadro é agravado por sua proximidade de dois importantes centros urbanos e industriais – São Paulo e Curitiba – e ainda por recentes investimentos em obras de infra-estrutura, tais como: a duplicação da Rodovia Regis Bittencourt (BR-116); as propostas de construção de usinas hidrelétricas no rio Ribeira de Iguape e as propostas de transposição de bacias a fim de desviar água da região para São Paulo e Curitiba.
Tudo isso ameaça transformar o Vale do Ribeira em fornecedor de recursos naturais de baixo custo, explorados sem qualquer respeito ao patrimônio ambiental e cultural e sem geração de benefícios para a população residente.

População

População
Iporanga é sem dúvida a 'Capital das Cavernas'. Possuí em seu municípios centenas de cavernas além de inúmeras cachoeiras e é cortada por rios magníficos, como o Rio Ribeira de Iguape e o Rio Betari e possuí hoje mais de 80% de seu território recoberto por Mata Atlântica em estado original.
Iporanga , encontrou após décadas o caminho para o sucesso, o "ecoturismo" como fonte de renda para a população..
Dados da cidade:
*** Fundação: 1576
*** Altitude: 80 m
*** População: 5 mil habitantes
*** DDD: (x15) - CEP: 18330-000

História:
Os primeiros indícios de ocupação colonial é de meados do Séc. XVI, no ano de 1.576, com a formação do primeiro núcleo habitacional o “Garimpo de Santo Antônio”, pelo Bandeirante Garcia Rodrigues Paes, O Guarda Mor José Rolim de Moura, Antonio Leme de Alvarenga e o Castelhano Nuno Mendes Torres, a 8 km da foz do Ribeirão Iporanga, afluente do Rio Ribeira de Iguape, onde hoje se encontra o Bairro do Ribeirão, e trouxeram os primeiros cultivos econômicos da época, a cana – de - açúcar e de subsistência, os cereais.
Durante o Séc. XVII, em pleno movimento bandeirantista, inicia - se na região do Médio Vale, um ciclo de exposição de ouro de lavagem (Foram registradas 693 arrobas de ouro extraídos no município, que eram transportados por canoas, para serem fundidos em Xiririca, atual Eldorado), que logo se esfria com a descoberta de novas jazidas nas Minas Gerais e no Centro-Oeste do país. Na virada do século, desde esta época, há fixação de pequenos núcleos na região, como por exemplo, a fundação do “Arraial de Santo Antônio”, em 1.625.
A partir de 1.676 devido ao crescimento da economia e das dificuldades em atingir o Rio Ribeira, através do Ribeirão de Iporanga, inicia - se a formação do porto Ribeirão, na foz do Rio Iporanga, ponto de partida, com o crescimento deste núcleo, que em 1730, viria a se tornar a sede do Município.
No Séc. XVII, a exploração do ouro nas Serras do Ribeira vai sendo acompanhada e, aos poucos, substituídas por um cultivo incipiente de arroz e mandioca.
As condições geográficas não favoreceram, entretanto, uma agricultura de maior porte além das dificuldades de escoamento dos produtos até Cananéia, ou até Apiaí  , estas condições certamente contaram para que, já no Séc. XIX, a região se mantivesse a margem de outro grande ciclo econômico, o ciclo do café.
Durante o Séc.XVIII, várias famílias foram se estabelecendo ao longo do Ribeira, explorando além do ouro as terras férteis com a produção de arroz, milho, mandioca e principalmente a cana – de – açúcar, proporcionando com isto o surgimento de futuras e pequenas agroindústrias de rapadura, aguardente e farinhas, que seriam vendidos nos povoados vizinhos.
Iporanga conta hoje com nenhuma indústria ou fábrica. A população vive basicamente do turismo e da prestação de serviços e mão de obra à prefeitura e aos meios de hospedagens (Pousadas e Campings).
A maioria das pousadas, campings e monitores locais estão no munícípio, pois os dois Núcleos de Visitação do PETAR se encontram no mesmo (Santana e Ouro Grosso, além do Núcle Casa de Pedra).
O centro histórico da cidade foi tombado pelo Condefaht (XXX) e a cidade é reconhecida como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Há no centro da cidade a Igreja Matriz, construída no início do século XX e um Museu, com artefatos e móveis históricos da região.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Fotos que tiramos














Economia do vale do ribeira

A ocupação do Vale do Ribeira O litoral da Baixada do Ribeira era habitado por índios seminômades que se dedicavam a caça, a pesca e a agricultura itinerante de mandioca e foi visitado por exploradores e colonizadores no início do século XVI. Caso da expedição de 80 homens organizada por Martim Afonso de Sousa para explorar o interior em busca de ouro e prata.

Nesse primeiro período de exploração mineral surgiram os dois núcleos embrionários do Vale do Ribeira: as vilas litorâneas de Cananéia e Iguape. cuja economia se baseava na lavoura de subsistência e na atividade pesqueira.

A partir do século XVII , iniciou-se uma ocupação mais intensa do interior em busca de ouro. Com o intenso fluxo fluvial no rio Ribeira de Iguape começou a colonização em suas margens e surgiram as cidades de Sete Barras, Juquiá, Ribeira e Jacupiranga entre outras.

A descoberta de minas de ouro contribuiu ainda mais para o fim do isolamento do interior. A articulação fluvial entre Iguape e os núcleos surgidos rio acima, conferiu à  cidade grande importância estratégica e seu porto adquiriu grande relevância nacional.

Mesmo tendo perdido o posto de principal atividade econômica no decorrer do século XVII em decorrência da descoberta de minas em outras regiões, a exploração do ouro se estendeu até o início do século XIX.
Iniciou-se assim o desenvolvimento da agricultura e o porto de Iguape, responsável pelo escoamento de produtos e pela ligação econômica da região com o resto do país, passou a ser considerado um dos mais importantes do país.

O arroz tornou-se o principal produto agrícola, com a utilização de mão de obra escrava, e passou a ser exportado para mercados europeus e latino-americanos. O crescimento da demanda fez com que fosse necessário facilitar o escoamento da produção arrozeira pelo porto de Iguape e baratear os custos com fretes. Por essa razão, em 1825, foi construído o Canal de Valo Grande, interligação entre o rio Ribeira de Iguape e o Mar Pequeno.

No entanto,  as oscilações do mercado e a dificuldade em repor fatores de produção, combinados com a expansão das lavouras de café e a abolição do tráfico de escravos, contribuíram, no inicio do século XX, para o colapso da produção de arroz e a conseqüente estagnação econômica. A economia do Vale regrediu voltando ao estágio de agricultura de subsistência, que se prolongou e foi responsável pela acentuada decadência econômica regional.

No início do século XX começaram as culturas de banana e chá. A partir dos anos 1960, a construção de estradas de asfalto facilitou a chegada à região, contribuindo um pouco para o desenvolvimento local. A duplicação da BR-116, que ainda não está terminada, pode ser considerada mais um passo para a integração do vale aos centros urbanos.

Ainda na década de 1960 a importância ecológica da Bacia do Rio Ribeira de Iguape passou a ser reconhecida e foram criadas diversas áreas de reserva e proteção ambiental, fundamentais na preservação da biodiversidade do local. Essas áreas de proteção, entretanto, acabaram por afetar a população nativa que ficou privada do uso da terra e daquilo que garantia seu trabalho e subsistência.
Além disso, as áreas florestais da região vêm sendo desmatadas, para a implantação de pastos, plantio de seringueiras, cacau, banana, ou mesmo para a retirada de madeira e carvão vegetal – atividade estimulada a partir do ciclo de desenvolvimento que se instalou no País na década de 1960. 
A economia do Vale do Ribeira, hoje  A agricultura continua sendo a principal atividade econômica e  fonte de renda da população do vale. Em sua faixa litorânea, contudo, a pesca exerce papel fundamental na ocupação e desenvolvimento econômico das comunidades locais. Os principais produtos comercializados pelos pescadores são o camarão e a ostra, além de crustáceos e pescados. As culturas mais presentes nas lavouras do vale, por sua vez, são a banana e o chá preto, que ocupam áreas mais extensas e têm maior relevância do ponto de vista comercial. Atividades de pecuária também são registradas em algumas localidades.

A banana, por exemplo, é cultivada em quase todos os municípios, por grandes e pequenos produtores. No entanto, aos pequenos agricultores faltam opções que visem agregar valor ao produto bruto. O trabalho com os subprodutos da banana, que representaria uma possibilidade de aumento de renda, ainda é incipiente.
Embora a agricultura predomine, o litoral e o interior possuem especificidades econômicas em conseqüência da localização geográfica e também do modo de ocupação. A área litorânea ocupada predominantemente pela população caiçara e algumas aldeias de índios guarani se dedicam mais à atividade pesqueira em canal ou mar aberto. Já no interior, onde predominam as comunidades quilombolas, a cultura da banana representa a principal atividade.
Existe ainda um setor secundário regional caracterizado por reduzido número de estabelecimentos que absorvem pouca mão-de-obra, com destaque para a exploração de fosfato e calcário, predominante nos municípios de Cajati e Apiaí. Grande número de produtores familiares desenvolvem agricultura de subsistência. A pecuária é incipiente.

Localização Vale do Ribeira

O Vale do Ribeira está localizado no sul do estado de São Paulo e ao leste do estado do Paraná. Recebe este nome em função da bacia hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e ao Complexo Estuarino Lagunar de Iguape, Cananéia e Paranaguá. Sua área de 2.830.666 hectares abriga uma população de 481.224 habitantes e inclui integralmente a área de 31 municípios (9 paranaenses e 22 paulistas). 

Existem ainda outros 21 municípios no estado Paraná e outros 18 municípios no estado de São Paulo, que estão parcialmente inseridos na bacia do Ribeira.Abriga 61% da Mata Atlântica remanescente no Brasil, 150 mil hectares de restinga e 17 mil de manguezais. Em 1999 a UNESCO declarou a região Patrimônio Natural da Humanidade e contém em si uma das maiores biodiversidades do globo, pois conserva a maior porção de Mata Atlântica do Brasil. A região é produtora de água de qualidade, tanto para abastecimento humano, quanto para a fauna aquática. O Vale do Ribeira apresenta ecossistemas aquáticos (rio, estuário e mar) e terrestres (duna, mangue, restinga e floresta ombrófila densa).A região é destacada pela preservação de suas matas e por grande diversidade ecológica. Seus mais de 2,1 milhões de hectares de florestas equivalem a aproximadamente 21% dos remanescentes de Mata Atlântica existentes no Brasil, sendo a maior área contínua de um ecossistema do Brasil. Neste conjunto de áreas preservadas são encontradas não apenas florestas, mas importantes comunidades indígenas, comunidades quilombolas, comunidades caiçaras, imigrantes e uma biodiversidade em plena preservação.
 
Os principais ciclos econômicos do Vale do Ribeira se instalaram ao longo da história, foram: a exploração aurífera e outros minérios; o cultivo do arroz; o cultivo do café; o cultivo de chá e o cultivo de banana. Estes ciclos econômicos transformaram o Vale do Ribeira em uma potencial fonte de recursos naturais de baixo custo para regiões próximas.

Relevo e Hidrografia


A região possui uma rede hidrografica bastante densa que vai em direção ao Oceano Atlantico pelo Rio Ribeira do Iguape. Esta rede hidrografica forma rios encaixados e movimentados, produzindo um cenário típico da região. Na região proxima ao núcleo urbanos da região metropolitana de Curitiba, encontra-se as nascentes dos principais rios formadores do Rio Ribeira, como o Capivari e o Rio Açungui. Estas nascentes estão localizadas nos municipios de Colombo, Campo Magro, Almirante Tamandaré, Campo Largo e Rio Branco do Sul. Estes rios estão outorgados o seu uso para a produção de energia e ao abastecimento urbano. Ao mesmo tempo , de acordo com a legislação Estadual dos Recursos Hidricos, parte desta região está incluída na Bacia Hidrografica do Alto Iguaçu e Alto Ribeira, para fins de planejamento e de uma ação integrada. Foi o primeiro núcleo de visitação a ser criado e está localizado bem ao centro do PETAR, no Bairro Espírito Santo. Possuí um relevo mais elevado em relação aos demais núcleos do PETAR, chegando a mais de 1000 metros de altitude em alguns pontos próximo à sua base.O Vale do Ribeira encontra-se sobre o flanco sudeste da Serra de Paranapiacaba, com o relevo montanhoso e altitudes que podem atingir até 700m. Está área constitui a Serrania do Ribeira, representando a zona de trasição entre o Planalto Atlântico, a noroeste do parque, com cotas entre 800 e 1200m, e a Baixada Costeira, a leste com altitudes máximas em torno de 600m.

Localizada na margem esquerda do médio curso do rio Ribeira, a água do parque é drenada pelas bacias dos rios Betari, Iporanga e Pilões, ao qual nasce do Planalto Atlântico. Pelo fato destas bacias drenarem a Serrania do Ribeira, os rios apresentam vales encaixados e perfis de longitude alto a médio gradiente, localmente encachoeirados. O rio Betari é um belo exemplo do comportamento hidráulico das drenagens principais da área: alto gradiente e capacidade erosiva com vales fechados nas rochas não carbonáticas e baixos gradientes com vales alargados e planícies de agradação, quando cruza as superfícies carbonáticas, como por exemplo, o Planalto do Lajeado.

Tipos de rocha

No petar é desenvolvido o conhecimento de diversos tipos de rochas as quais se destacam na conservação e predominação do parque. Entre elas destacamos três, que podemos encontrar nas diversas cavernas visitadas com grande destaque.

Rocha solúvel, é uma rocha que sofreu intemperismo químico produzindo pouco resíduo insolúvel.As principais rochas solúveis são as carbonáticas, constituídas principalmente de calcita ou dolomita. Essas rochas ao sofrerem corrosão química se dissociam em íons Ca++ ou Mg++ e CO3-, que podem se combinar em bicarbonatos ou permanecer dissolvidos na água em forma iônica.
Rocha carbonática, é um tipo de rocha sedimentar tal a composição primária são os carbonatos. Os principais tipos de rochas carbonáticas são o calcário, composto com grande presença de calcita (CaCO3) e o dolomito, composto pelo mineral dolomita (CaMg(CO3)2).Outros tipos de rochas carbonáticas são o cré e o tufo.

Os calcários, são rochas sedimentares que contêm minerais com quantidades acima de 30% de carbonato de cálcio. Quando o mineral predominante é a dolomita (CaMg{ CO3}2 ou CaCO3. MgCO3) a rocha calcária é denominada calcário dolomítico

Geologia do Petar

Pesquisadores do Instituto Geográfico e Geológico, como Theodoro Knecht e José Epitácio Passos Guimarães realizaram vários e relevantes estudos sobre as mineralizações da região. Nas décadas de 30 e 40, instalações metalúrgicas foram construídas em Espírito Santo, Palmital (Apiaí) e Panelas (Adrianópolis, PR). As duas primeiras operaram por curto período de tempo. A última funcionou até 1995, quando foi paralisada a mina Canoas 2. Antes mesmo do declínio da mineração de chumbo e prata teve início, nos anos 50, a mineração das rochas carbonáticas, calcários e dolomitos, para a produção de cal, cimento e corretivo de solo.

O contexto geológico da região é o da Faixa Dobrada Apiaí, composta pela sequência metassedimentar supra-crustal vulcano-sedimentar, denominada de Grupo Açungui, o qual é compartimentado em blocos tectônicos seguindo um sistema de zonas de cisalhamento transcorrentes com sentidos NE-SW. O PETAR localiza-se no bloco tectônico do Lajeado, limitado a norte pelo lineamento "Quarenta Oitavas" e a sul pela falha da Figueira.

Este bloco é ocupado pela seqüencia metassedimentar de baixo grau metamórfico do Subgrupo Lajeado, composta por unidades pelíticas, psamíticas e carbonáticas, incluindo um corpo de gabro no topo. As rochas carbonáticas pertencem às Formações Bairro da Serra, Mina de Furnas e Passa Vinte. A primeira com maior expressão em área, tanto no Petar, quanto no Bloco Lajeado.

Clima e Vegetação

A área do PETAR está inserida numa região climática de transição entre o clima quente das latitudes baixas e o clima temperado mesotérmico das latitudes médias, típico da região sul. O clima da área é classificado como subquente e superúmido, sem estação seca. A média anual de precipitação é de 1963,3 mm, sendo que a estação chuvosa (outubro a março) concentra 1281,5 mm e a estação mais seca (abril a setembro), 681,8 mm. As médias térmicas anuais normalmente encontram-se entre 20ºC a 22ºC. As amplitudes térmicas anuais são relativamente baixas, em grande parte devido à presença da "vizinhança" oceânica.

Na região, o clima permite o desenvolvimento da Floresta Perenifólia Higrófila Costeira, que apresenta uma fisionomia alta e densa, consequência da variedade de espécies pertencentes a várias formas biológicas e estratos. Seus elementos mais altos podem alcançar de 25 a 30 metros. O grande número de lianas, epífitas, fetos arborescentes e palmeiras dá a esta floresta um caráter tipicamente tropical.

O Rio

Os ecossistemas de água doce do Vale do Ribeira possuem uma fauna rica e variada.
Algumas espécies de peixes encontradas no Rio Ribeira e afluentes são: Bagremole Acentronichthys leptos; Bagre-cego Pimelodella kronei; Tapijara- Hypostomus tapijara; Cascudinho - Isbrueckerichthys epakmos; Cambeva -Trichomycterus davisi; Lambarizinho - Spintherobolus leptoura. Dentre os crustáceos de água doce são abundantemente encontrados a lagostinha do Ribeira – Macrobrachium carcinus, e o pitú - Macrobrachium acanthurus. Outras espécies típicas deste ecossistema são: o jacaré do papo amarelo- Caiman latirostris, o colhereiro- Ajaia ajaia, e a lontra Lontra longicaudis Olfers.

Curiosidade: Mais da metade do território do Vale do Ribeira é protegido legalmente por meio de um mosaico integrado de unidades de conservação marinhas e terrestres como parques, estações ecológicas, áreas de proteção ambiental (APAs), que formam uma espécie de cordão de proteção do patrimônio natural, soicoambiental, cultural, arqueológico espeleológico e histórico. Entre essas unidades de conservação pode se- citar o Parque Estadual do Alto Ribeira (Petar), o Parque Estadual da Ilha do Cardoso, o Parque Estadual de Jacupiranga e a Estação Ecológica Juréia-Itatins entre outros. Por tudo isso, é que em 1999, a Unesco conferiu à Reserva da Mata Atlântica do Sudeste, constituída por 17 muncípios do Vale do Ribeira, o título de Patrimônio Histórico e Ambiental da Humanidade, pelo fato de possuir os melhores e mais extensos remanescentes de Mata Atlântica na região sudeste do Brasil. São 470.000 ha, que revelam a riqueza biológica e evolução histórica do Bioma, além da beleza da paisagem.

Flora do Vale do Ribeira

Em relação à flora, o contínuo ecológico da região permite a sobrevivência de espécies típicas de matas íntegras, como canelas cedros, figueira, jatobá, bucúva, etc. Ainda, resultante do bom estado de conservação das matas, encontram-se nestas Unidades de Conservação remanescentes de palmito-juçara, considerada espécie-chave na cadeia alimentar da Mata Atlântica, responsável, através de sua grande quantidade de frutos, pela alimentação de vário animais na floresta.

Grande parte de sua extração é ilegal, e esta espécie tem desaparecido das matas não protegidas. Importante também no equilíbrio desta floresta, é a rica variedade de Epífitas (bromélias, orquídeas, lianas), que colonizam os troncos e copas de árvores frondosas, sendo lar para vários tipos de invertebrados e anfíbios, que alimentam grande parte da fauna regional. Quando nos referimos à flora relacionada ao PETAR, notamos a grande importância ecológica, tal que permite a sobrevivência de espécies típicas de matas integra. Em foco citados: canelas, cedros, figueiras, jatobás, bucúvas, e entre outras.

Ainda assim, resultado do bom estado de conservação das matas pode encontrar nesta conservação remanescentes de palmito juçara, considerada espécie em foco na cadeia alimentar da mata atlântica, através de sua grande quantidade de frutos, pela alimentação dos diversos animais na floresta. Grande parte de sua extração é ilegal, causando a diminuição da espécie nas matas não protegidas. Algo importante também no equilíbrio desta floresta é a rica variedade de Epífitas (bromélias, orquídeas, lianas), que colonizam os troncos e copas de arvores frondosas, concluindo assim que se torna lar para vários tipos de invertebrados e anfíbios, que alimentam grande parte da sua imensa fauna regionais.

Fauna do Vale do Ribeira

O Vale do Ribeira está localizado no sul do estado de São Paulo e ao leste do estado do Paraná. Recebe este nome em função da bacia hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape e ao Complexo Estuarino Lagunar de Iguape, Cananéia e Paranaguá.Cerca de 30 outras espécies de vertebrados encontram-se na lista de ameaçados de extinção, como a rara ave marialeque, a ágil lontra e curioso cágado, entre outros.

A proximidade de outras Unidades de Conservação vizinhas, como o Parque Estadual Intervales – PEI, Parque Estadual Carlos Botelho – PECB e Estação Ecológica de Xitué – EEX, aliado à existência de uma área de entorno ainda conservada, assegura à região um contínuo de mata íntegra que permite a existência de espécies faunísticas de amplo território, como a onça-pintada, o muriqui e harpia.

Quilombo

Não é só da grande riqueza ambiental preservada, que torna o Vale do Ribeira, região onde está o PETAR tão especial. Seu patrimônio cultural é igualmente valioso.Em seu território se encontram o maior número de comunidades remanescentes de quilombos de todo o estado de São Paulo, comunidades caiçaras, índios Guarani, pescadores tradicionais e pequenos produtores rurais. Trata-se de uma diversidade cultural raramente encontrada em locais tão próximos de regiões altamente urbanizadas, como São Paulo e Curitiba.

É possível encontrar ainda na região pessoas que desconheçam o que seja ‘Coca-Cola’ ou ‘Msn / Orkut’. Quilombo é sinônimo de luta pela terra e liberdade, e desta luta que começou há mais de trezentos anos surgiram as comunidades quilombolas do Vale do Ribeira. Comunidades que sobreviveram até hoje na contracorrente da concentração fundiária e da devastação da Mata Atlântica.Hoje os quilombolas são exemplos de convívio entre populações humanas e a Mata Atlântica e atores importantes em projetos de desenvolvimento sustentável.
Em alguns dos quilombos são desenvolvidos projetos de agro floresta e de Educação Ambiental, um exemplo é o Quilombo do Ivaporunduva que possuí estrutura para receber escolas.O Quilombo do Ivaporunduva: esta localizado no Município de Eldorado São Paulo, na SP 165, Eldorado/Iporanga, às margens do Rio Ribeira de Iguape. A sobrevivência dessas famílias é conseguida com o cultivo tradicional de roça: arroz, mandioca, milho, feijão, verduras e legumes para uso próprio. Para o consumo e geração de renda produzem banana orgânica e artesanato, recebem grupos escolares para turismo, além de algumas pessoas que são funcionárias da prefeitura e aposentadas.Até a 4a. série do ensino fundamental, as crianças estudam na escola municipal da comunidade. Para as séries seguintes se deslocam em torno de 6 km, com transporte fornecido pela prefeitura, até a Escola Estadual Maria Antonia Chules Princesa, que iniciou recentemente um trabalho de educação diferenciada, na Comunidade André Lopes.

Para cursar o ensino médio, freqüentam escolas no bairro de Itapeúna ou na cidade de Eldorado. O ensino superior só é acessível em Registro ou São Paulo.A comunidade possui também um posto de saúde, onde semanalmente um médico e uma enfermeira dão consultas. Para exames ou tratamento, é preciso recorrer ao hospital na cidade. O Telecentro Comunitário, com acesso à internet e oito computadores, trouxe a inclusão digital para crianças, jovens e adultos, facilitando a gestão da associação, pesquisas escolares, serviços diversos e comunicação em geral.


No quilombo são desenvolvido algumas atividades como:Produção e comercialização de bananas orgânicas, Artesanato de palha de bananeira, Viveiro (palmito juçara) e Turismo. É dada uma palestra sobre a história e características da comunidade, trilhas, visita à roça e almoço típico. Dependendo da época e disposição dos visitantes, participam da barreação de casa de pau-a-pique e trabalho na roça.

Estalactite & Estalagmite

As palavras estalactite e estalagmite remetem á palavra grega "stalassein", que significa "pingar".As cavernas de calcário, onde a maior parte das estalactites e estalagmites são encontradas , são compostas principalmente de calcita, um mineral comum encontrado nas rochas sedimentares.As moléculas de calcita são constituídas de cálcio e íons carbonato e são chamadas de CaCO3, ou carbonato de cálcio. Quando a água da chuva cai sobre uma caverna e escorre pelas rochas, ela carrega o dióxido de carbono e os minerais do calcário.

Ca (HCO3)2 é conhecido como bicarbonato de cálcio e a água carrega a substância, basicamente calcita dissolvida, através das fendas do teto de uma caverna. Entretanto, uma vez que a água entra em contato com o ar dentro da caverna, parte do bicarbonato de cálcio se transforma em carbonato de cálcio e a calcita começa a se formar ao redor da fenda.

À medida que a água continua pingando, o comprimento e a espessura da calcita aumentam, surgindo, finalmente, uma estalactite no teto. A formação das estalactites pode levar muito tempo - geralmente, crescem em torno de 6 mm e 25 mm por século.Evidentemente, as estalagmites não surgem simplesmente do chão. A água que pinga da ponta de uma estalactite cai no chão de uma caverna e deposita calcita em um monte. Logo, surgirá uma estalagmite semelhante à forma de um cone.

É por esse motivo que você geralmente encontra estalactites e estalagmites em pares e, às vezes, elas crescerão juntas para formar uma grande coluna. Existem muitas cavernas de calcário no mundo, famosas por suas exibições de gotejamento, como as cavernas Carlsbad (no Novo México), as cavernas Timpanogos (em Utá), a caverna Mammoth (em Kentucky), e as cavernas Jenolan e Buchan (na Austrália).